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Como Funciona a Avaliação Neuropsicológica

  • Foto do escritor: Natalia Varga
    Natalia Varga
  • 30 de jul.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 22 de ago.


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Você já se perguntou como o cérebro afeta o seu dia a dia?


A Neuropsicologia, sim! Essa é a área que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento. E é justamente aí que entra a avaliação neuropsicológica, um processo que, para muitos, pode soar complexo e misterioso, mas que na verdade pode ser uma ferramenta poderosa para entender melhor o nosso cérebro e, consequentemente, a nós.


A avaliação neuropsicológica é um exame detalhado das funções cognitivas, comportamentais e psicológicas do indivíduo e pode ser realizada em pessoas de qualquer idade por um psicólogo especializado em Neuropsicologia.


As funções cognitivas são processos mentais que nos permitem processar, armazenar e usar informações do mundo ao nosso redor, por isso são valiosas para a nossa vida. Dentre elas temos a linguagem, a velocidade de processamento, a organização, o planejamento, a aprendizagem, a memória e a atenção; usadas diariamente em grande parte das atividades do dia. Funções específicas frequentemente aparecem alteradas em caso de transtorno mental, lesão cerebral ou doença neurodegenerativa.


Aspectos comportamentais, emocionais e da personalidade também são avaliados, pois se relacionam diretamente com as funções cognitivas. O estilo de vida e as crenças, por exemplo, afetam como a pessoa vai reagir aos problemas e quais considerações serão feitas na tomada de decisão. Traços de personalidade podem facilitar ou dificultar a criação de estratégias para lidar com dificuldades da rotina. A ansiedade e a depressão alteram nossa forma de olhar o mundo e reduzem a velocidade de processamento, a atenção e a memória.


Em resumo, somos um sistema complexo e integrado, onde cada parte (pensamentos, emoções e ações) influencia e é influenciada pelas demais, formando a totalidade do nosso ser.


Por isso, a avaliação também é considerada uma forma de autoconhecimento. Tanto para saber quais são as melhores habilidades para influenciar assertivamente em boas escolhas, quanto para saber quais são as dificuldades e servir de ferramenta para um plano de tratamento adequado, focado e mais eficaz.


OBJETIVOS

A avaliação é indicada em diversas situações:


Diagnóstico

Essa ferramenta pode auxiliar os médicos a fecharem um diagnóstico em saúde mental, em casos de lesões cerebrais ou doenças neurodegenerativas. Quando as pessoas chegam ao consultório médico com queixas, nem sempre há informações suficientes. Neste caso, o médico pode pedir a avaliação com o intuito de ter mais dados sobre o paciente e mais segurança para diagnosticar.


Quando o paciente apresenta um sintoma que pode estar presente em diversas condições, sendo necessário investigar mais detalhes com o objetivo de diferenciar um caso do outro. Um exemplo são os sintomas ansiosos que podem ser a causa principal do adoecimento ou a causa secundária, sendo disparado pelas dificuldades apresentadas em outros transtornos.  


Tratamento direcionado

No caso de o paciente já ter um diagnóstico fechado pelo médico, a avaliação pode ser solicitada para mapear os detalhes de funcionamento do indivíduo. Com base nas facilidades e dificuldades do paciente, os profissionais especializados em cada área planejam tratamentos mais eficientes e focados nos aspectos deficientes. 


Acompanhamento evolutivo

Após uma lesão cerebral ou quando há doença neurológica progressiva, os resultados da avaliação auxiliam o acompanhamento da evolução, compreendendo se há melhora ou piora no quadro. Por consequência, isso ajuda o profissional a fazer melhores intervenções ou ajustes no processo de tratamento.

 

ETAPAS

1.      Entrevista de anamnese com o paciente

Perguntas sobre o histórico das diversas áreas da vida do paciente, como a respeito do uso de medicações, doenças familiares, história acadêmica, relações afetivas e profissionais. A coleta dessas informações pode contribuir para que a profissional estabeleça o início e a evolução dos sintomas, por exemplo.  Quando necessário, familiares ou amigos podem ser chamados para uma entrevista, complementando informações sobre o paciente.

 

2.      Investigação detalhada

Através de instrumentos padronizados como testes psicológicos, tarefas, escalas e questionários, a profissional em Neuropsicologia vai analisar como estão as funções cognitivas e psicológicas. Se trata de um processo de investigação detalhada dos resultados do paciente quando comparadas com de outras pessoas do mesmo perfil (gênero, idade, escolaridade).   Em caso de uma avaliação ter sido feita anteriormente, o resultado anterior também serve de parâmetro para definir a evolução do quadro.

 

3.      Laudo

Ao final, a profissional fará uma devolutiva e entregará o laudo com os resultados, conclusão e indicações de tratamento (quando necessário).


REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

Compreender os resultados da avaliação neuropsicológica é o ponto de partida essencial para traçar um plano de reabilitação neuropsicológica eficaz e personalizado.

A reabilitação é um processo que visa recuperar ou treinar as dificuldades cognitivas e comportamentais deficientes, apontadas na avaliação. É um plano de desenvolvimento único, elaborado especialmente para cada indivíduo, com tarefas e exercícios que deverão ser realizados na consulta e em casa.


Quando o déficit cognitivo não pode ser recuperado totalmente, o plano é o desenvolvimento de estratégias que compensem a falta da habilidade. Um exemplo disso é quando há déficit de memória e são usados recursos como agenda e anotações como estratégias compensatórias.


O objetivo é que haja melhora na qualidade de vida e que o paciente consiga ser o mais funcional possível, ou seja, consiga fazer as tarefas do dia a dia que são necessárias para a vida, como administrar a casa, as finanças ou trabalhar.


Em suma, a avaliação neuropsicológica não é apenas um diagnóstico; é o mapa detalhado que guia o caminho para a compreensão, intervenção e, acima de tudo, para a melhoria significativa da qualidade de vida.


Referência bibliográfica

Malloy-Diniz, L. F., Fuentes, D., Mattos, P., & Abreu, N. (2010). Avaliação Neuropsicológica. Artmed. 


Andrade, V. M., Santos, F. H., & Bueno, O. F. A. (2015). (Orgs.). Neuropsicologia Hoje (2ª. ed.). Porto Alegre: ARTMED. 


 
 
 

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